Floriano Molon

Floriano Molon

Lembranças

Floriano Molon é natural do distrito florense de Otávio Rocha, nascido em 11 de abril de 1949. Foi professor primário, funcionário público estadual e federal, hoje aposentado, bacharel em Direito e pesquisador da imigração italiana. Tem 12 livros publicados e participou em diversas outras publicações. Como promotor de eventos, foi presidente de algumas edições da Festa Nacional da Vindima (Fenavindima) e outras festas, bem como presidente de diversas Associações. Recebeu o título de ‘Cidadão de Mérito de Flores da Cunha’, além do Troféu Grazie, esta última do Jornal O Florense. 

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Sti anni e desso in San Paolo

Lembranças e novas realidades nos mostram o pulsar da grande metrópole da América, e também do mundo

Na década de 1970, há quase 50 anos, vivi um período de tempo na já grande metrópole paulista. O centro encantado era o eixo da Av. São João com a Ipiranga. Neste encontro, até o cantor Caetano brindou com uma canção. A grandiosidade se manifestava no prédio mais alto da América (Banespa) e o vale do Anhangabaú, os viadutos do Chá e Santa Efigênia, ali perto o Largo de São Bento e a espetacular Catedral de São Paulo, nada devendo aos templos europeus. Não distante, o Largo de São Francisco, Igreja e Faculdade. Muito próximo a charmosa Av. São Luiz, com o edifício COMPAM, o cilíndrico Hilton Hotel e o alto Edifício Itália, homenageando a grande imigração italiana, representada por mais de um milhão de vidas.
Tempo de dezenas de cinemas com portas para as ruas, dos teatros, dos bailes de “gafieiras”, como os churrascos com sabor gaúcho no Restaurante Slaviero, em Taboão da Serra. Os jogos no Pacaembu, as corridas de Fórmula 1, as exposições do Anhembi. Tantas participações e curiosidades na grande metrópole. Saudades... Feche a cortina...
2022: abra a cortina do tempo e, quase 50 anos depois, ao percorrer o centro histórico, a grande metrópole perdeu o seu encanto, abandonada por novos centros capitaneados pela Avenida Paulista e Jardins. O centro, manchado por tantas pichações, ficou com cara de triste em ver a quantidade de pessoas, como se diz, em “situação de rua”.
A Av. Paulista é o novo coração de São Paulo, poucos quilômetros do antigo centro, onde se encontram instalados bancos, imprensa, grandes Shoppings e uma vida diuturna.
As novas realidades nos levam à Catedral de São Paulo, ao domingo do “Cristo Rei”, em uma emocionante missa com um órgão e coral. Ali perto, a oriental Av. da Liberdade, com uma mistura de vários povos e visitantes. Imperdível é uma visita ao Templo de Salomão, identificado como o único templo cujo arquiteto foi Deus, acolhendo dez mil pessoas sentadas. Impressionante a grandeza externa do imponente templo. Visita também interessante ao museu montado ao ar livre, que reconta a história do povo hebreu. Nos últimos meses, noticiado foi da reabertura do Museu do Ipiranga, local constituído do prédio principal, jardins e monumento que assinala o local da proclamação da Independência do Brasil, às margens, hoje, de um pequeno riacho chamado Ipiranga.  
O simples passeio nos mostra que São Paulo continua trabalhando e crescendo. 
A volta, na quarta à noite, depois de um grande temporal, a viagem aérea nos ofereceu, em pleno céu São Paulo-Porto Alegre, uma dramática e angustiante viagem, marcada por intensas turbulências. 
Lembranças e novas realidades nos mostram o pulsar da grande metrópole da América, e também do mundo.