Floriano Molon

Floriano Molon

Lembranças

Floriano Molon é natural do distrito florense de Otávio Rocha, nascido em 11 de abril de 1949. Foi professor primário, funcionário público estadual e federal, hoje aposentado, bacharel em Direito e pesquisador da imigração italiana. Tem 12 livros publicados e participou em diversas outras publicações. Como promotor de eventos, foi presidente de algumas edições da Festa Nacional da Vindima (Fenavindima) e outras festas, bem como presidente de diversas Associações. Recebeu o título de ‘Cidadão de Mérito de Flores da Cunha’, além do Troféu Grazie, esta última do Jornal O Florense. 

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Obrigado, escusas e adeus

Quem tem consciência sabe que estamos dando adeus a um projeto que foi e seria muito importante para o município e região

Fiquei pensando quais as manchetes para esse dia, que mistura muito de tristeza, mas, ao mesmo tempo, a alegria de ter participado de uma grande aventura e chegando, juntos, ao outro lado do oceano, e dizer vencemos. Que espetáculo maravilhoso apresentou O Florense ao longo de sua bela história. Ninguém em sã consciência poderia estar pensando em seu fim, mas outros são os tempos, outros são os meios de comunicação e muitos veículos impressos já partiram. Me lembro do Correio Riograndense, única escrita que aparecia lá em casa, na minha infância. Ele se foi, lembremos que outros grandes jornais também encerraram as suas trajetórias. Mas O Florense precisaria continuar! Somos de uma cidade nova, em formação acelerada. Quem vai nos narrar os acontecimentos de nossa cidade? As festas, as novidades do desenvolvimento, hoje tudo tão rápido e como não se entusiasmar, relembro, quando estavam abrindo a nova ERS-122, vindo os telefones DDD, o Banco do Brasil, o asfaltamento, a Ponte do Passo do Zeferino, as celebrações das Festas da Vindima... e agora, por exemplo,  sabemos, “até que enfim o Pedágio está dando adeus a Flores da Cunha” viram uma notícia atual. 
As novas gerações e os que vieram se aquietar nesta cidade que tanto cresceu, não fazem ideia de como Flores da Cunha, era menosprezada, por uma série de fatores. Felizmente hoje a gente levanta a cabeça e diz “sou florense com orgulho”. De minha parte, posso dizer que além de escrever, participei ativamente de melhoramentos impulsionados também pelos eventos. Cito como exemplo, a pequena Otávio Rocha, que virou hoje um polo de turismo, com destaque também para a gastronomia. 
Então obrigado, Carlos Raimundo Paviani (há.. o seu pai, Raymundo Paviani, meu líder!) por teres levado adiante esse projeto abraçado por outras pessoas.
Me resta pedir perdão por ter escrito no Florense, com a coluna ‘Porta de Fundos’ por mais de oito anos, dezenas de outros artigos avulsos e depois passando para ‘Lembranças’. Perdão se não agradei pelas minhas escritas. Procurei vasculhar o meu passado e trazer o registro na nossa história florense e riograndense, em especial, preparando o CENTENÁRIO de EMANCIPAÇÃO.
Dizer adeus sempre carrega uma emoção por alguma coisa que fica. Quem tem consciência sabe que estamos dando adeus a um projeto que foi e seria muito importante para o município e região. Mas assim foi decidido. Eu tenho certeza, que TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, VAI FALTAR ALGUMA COISA IMPORTANTE EM FLORES DA CUNHA E NOVA PÁDUA, e sei que vai doer essa falta!     

O Futuro
O QUE NÃO VAMOS VER IMPRESSO, (minhas manchetes): o novo pedágio agora foi embora; a 15ª Festa Nacional da Vindima; as comemorações dos Cem anos de Flores da Cunha; a nova Av. 25 de Julho; as cores e a fé do Corpus Christi; as Festas da Colônia; a beatificação do Frei Salvador; a união por asfalto dos distritos de Otávio Rocha a Mato Perso, mesmo se passando cem anos em 2024; o asfaltamento da Estrada da Granja; no Travessão Carvalho, o que vai acontecer a Granja São Mateus, voltando à família Slaviero. E por falar em Otávio Rocha, não tem Aeroporto, mas um avião está pousado em uma vinícola, será que vai levantar voo? Quantas manchetes perdidas e novidades a serem anunciadas. E as páginas sociais, a necrologia, as notas esportivas, e algumas notas tristes policiais? A evolução no setor vinícola, no turismo, na indústria, no comércio, na área religiosa, no estudo... Bens tempos aqueles de O Florense. 
Aproveito para desejar a todos, um Feliz Natal e um próspero Ano de 2024. Nos encontraremos por aí, continuarei escrevendo como venho fazendo há mais de 50 anos, a nossa cultura italiana e a maravilha que é Flores da Cunha hoje, continua a merecer respeito. Abraços e obrigado!

 

 

Na infância, fazíamos animais para presépio: batatas e gravetos, formavam as figuras das ovelhas, vaca e mula. Não tenho ‘lembrança’ mais longínqua para encerrar a minha participação n’O Florense. Minha geração dos anos de 1950 e 1960 acompanhou tanta evolução, que posso dizer: “o mundo mudou demais...”.

 

 

 

A famosa Granja São Mateus, berço de grandes vinhos nacionais e do enoturismo volta, agora, às mãos da família Slaviero. Novos tempos virão!