Floriano Molon

Floriano Molon

Lembranças

Floriano Molon é natural do distrito florense de Otávio Rocha, nascido em 11 de abril de 1949. Foi professor primário, funcionário público estadual e federal, hoje aposentado, bacharel em Direito e pesquisador da imigração italiana. Tem 12 livros publicados e participou em diversas outras publicações. Como promotor de eventos, foi presidente de algumas edições da Festa Nacional da Vindima (Fenavindima) e outras festas, bem como presidente de diversas Associações. Recebeu o título de ‘Cidadão de Mérito de Flores da Cunha’, além do Troféu Grazie, esta última do Jornal O Florense. 

Contatos

Mi vao a Noa Trento, non vui saver de “Fiori della Pendola”

85 anos da troca do nome de Nova Trento para Flores da Cunha

O nome Nova Trento nasce a partir da disputa entre as comunidades de São Pedro e São José, esta que se mudou do moro para a planície, sobre a escolha da denominação da localidade. Numerosos imigrantes em 1877, chegaram à região na qual a sede foi planejada para ser a grande cidade da Região Colonial Italiana. Vinham das Províncias do Vêneto, de Mântua e outras, mas sem nenhuma maior representação do Tirol e de Trento. Coube a Sisto Rosseto, um homem bastante viajado e que possuía certa cultura, que sugeriu ao Engenheiro Diogo dos Santos o nome mediador, de “Noo Trento” (ela é uma palavra masculina). Sisto Rosseto era natural de Verona, nem ele era de Trento (apenas as famílias Santini e Bebber). 
O nome teria nascido em 1885. Numa manhã, uma grande tábua apareceu pregada no pinheiro mais alto da futura praça, com o nome bem legível, escrito a carvão: Noo Trento.
Serenados os ânimos, tivemos então impregnados nas mentes e corações este nome por mais de 55 anos da história trentina. Quem ajudou a firmar o nome foi, sobretudo, a Igreja Católica, com centenas de documentos, como batizados, casamentos, óbitos, missões, festas, nome do curato, construção do convento... O progresso se fortalecia com a criação do município de Caxias, no ano de 1890, constituindo-se Nova Trento em seu 2º distrito. Em 28 de janeiro de 1904, foi criado o distrito de Nova Pádua (4º) e Nova Trento continuou com o 2º e, Nova Milano, o 3º. 
Entre altos e baixos, Nova Trento viveu vida intensa na busca do progresso e melhores qualidades de vida. Em 17 de maio de 1924, conseguiu finalmente a sua emancipação política. Seguiram vários intendentes depois do líder Joaquim Mascarello, geralmente pessoas de fora do município. Finalmente o trentino Heitor Curra foi nomeado Intendente, tendo governado entre 2 de março de 1933 a 31 de janeiro de 1941. Foi um prefeito que realizou uma longa lista de obras. Quando no ano de 1935 promoveu a substituição do nome de Nova Trento por Flores da Cunha, deve-se levar em conta que era também para agradar o Interventor Estadual, que o havia escolhido para o cargo de mandatário dos trentinos. Utilizando-se de um Decreto-Lei Municipal, Heitor Curra ouvidos através de ata nº 31, de 21 de dezembro de 1935, assinada pelos Conselheiros Municipais Alcides Mascarello, Tranquilo Fontana e João Mambrini, atestavam que por unanimidade teriam aprovado a substituição do referido nome. Na mesma data de 21 de dezembro de 1935, por Decreto, o Prefeito Heitor Curra, faz a substituição do nome de Nova Trento por Flores da Cunha. Entre as alegações, em 1º lugar, cita que há no Estado de Santa Catarina o mesmo nome, e que seria mais antigo (Nova Trento, terra de Santa Paulina – colonizado desde 1884 e município a partir de 08/08/1892); homenagem à nossa Pátria e nacionalização do nome; e cita várias considerações sobre a atenção dispensada pelo  Exmo Gal. José Antônio Flores da Cunha. E por fim, a que mais se sobressaía, a possibilidade de construção de um ramal ferroviário.