Floriano Molon

Floriano Molon

Lembranças

Floriano Molon é natural do distrito florense de Otávio Rocha, nascido em 11 de abril de 1949. Foi professor primário, funcionário público estadual e federal, hoje aposentado, bacharel em Direito e pesquisador da imigração italiana. Tem 12 livros publicados e participou em diversas outras publicações. Como promotor de eventos, foi presidente de algumas edições da Festa Nacional da Vindima (Fenavindima) e outras festas, bem como presidente de diversas Associações. Recebeu o título de ‘Cidadão de Mérito de Flores da Cunha’, além do Troféu Grazie, esta última do Jornal O Florense. 

Contatos

Mi son brasilian, ma gò el sangue talian, graccie a Dio

Passados 144 anos da chegada dos aventureiros da América, com alegria posso avaliar tudo aquilo que eles fizeram e nos ensinaram

Nas comemorações do Dia do Colono e Motorista acrescento as homenagens aos imigrantes e aos carreteiros. Passados 144 anos da chegada dos aventureiros da América, com alegria posso avaliar tudo aquilo que eles fizeram e nos ensinaram. Destaco o valor da família, o amor ao trabalho e a fé que revigora e dá ânimo. Lançados, os imigrantes da região colonial italiana, na Serra, para atender a intenção do governo Imperial de ocupar aquele espaço, os italianos e seus descendentes escaparam de todos os obstáculos, atravessaram em seguida o Rio das Antas e “fugiram” a qualquer controle. Se espalharam pela metade norte do seu Rio Grande do Sul, pularam o Rio Uruguai e colonizaram parte de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e avançaram sobre a Amazônia. Críticas são aceitas, no sentido de que passados já sete ou mais gerações, os nossos patrícios levam ainda no DNA a vontade de progredir, derrubar as matas, plantar e colher... Não mais com enxadas, foices, serrotes, mas potentes máquinas que plantam e colhem alimentos para o mundo. Antes uma agricultura de subsistência, agora os limites não têm fim. Fora da Região Colonial Italiana, os “gringos” tiveram a companhia na conquista de novas terras, de gerações de descendentes alemães. Basta ver os sobrenomes nos CTGS espalhados pelo Brasil ou nos noticiários sobre a agricultura brasileira.
Trabalhar desde cedo, ninguém pensava em exploração da mão de obra infantil. Para o casal e a igreja, quanto mais filhos, mais mão de obra. Era preciso aprender desde criança o valor de um prato de comida. Nos últimos anos, a família numerosa deu lugar a um controle maior dos nascimentos, e, por consequência, estamos hoje acompanhando a preocupação da  sucessão familiar nas colônias. Casas e terras férteis do passado começam a repetir cenários de  outros locais do Brasil e no mundo, quando por diversas causas, as casas ficam e as famílias, por diversos fatores, se mudam para as áreas urbanas.
Devemos agradecer sempre, em pensamento e orações, a iniciativa dos governantes pela oportunidade que o Brasil deu em acolher milhares de imigrantes. Os objetivos foram atingidos na conquista e ocupação de terras abandonadas, que se transformaram em riqueza para o país. Por isso, não parece estranho dizer, que temos orgulho de ser brasileiros, mas temos no nosso interior o sangue italiano, que concentra histórias milenares de lutas e conquistas.
Portanto, parabéns agricultores e motoristas de ontem e de hoje. Vamos em frente, pois o trabalho enobrece a alma da gente e o país que acolheu os nossos antecessores.