Floriano Molon

Floriano Molon

Lembranças

Floriano Molon é natural do distrito florense de Otávio Rocha, nascido em 11 de abril de 1949. Foi professor primário, funcionário público estadual e federal, hoje aposentado, bacharel em Direito e pesquisador da imigração italiana. Tem 12 livros publicados e participou em diversas outras publicações. Como promotor de eventos, foi presidente de algumas edições da Festa Nacional da Vindima (Fenavindima) e outras festas, bem como presidente de diversas Associações. Recebeu o título de ‘Cidadão de Mérito de Flores da Cunha’, além do Troféu Grazie, esta última do Jornal O Florense. 

Contatos

Mamma mia, quà “sensa gambe”, che anno!

Outros anos lá na infância, esses tempos nos lembrariam de limpar a “cosina”, ajudar a fazer os biscoitos, preparar os agnolinis, fazer um simples presépio...

Outros anos lá na infância, esses tempos nos lembrariam de limpar a “cosina”, ajudar a fazer os biscoitos, preparar os agnolinis, fazer um simples presépio, colocar o prato fora com farelo para a “musseta”... Almoço, no dia do Natal, com família e parentes que vinham de longe.  
Quem poderia imaginar, agora no entardecer da juventude, que tempos tão difíceis se apresentassem. Para o mundo, sem nenhuma grande guerra, apenas obedecendo o sempre “mau humor” de um bichinho que nunca teríamos imaginado que existisse tão pequeno... 
Veio o final de 2019, veio 2020 (com surpresas, partidas, sobreviventes...), 2021, com ou sem as vacinas, o tempo foi se desanuviando, parece até apresentar novos dias... 
Mas que ano 2021, "mamma mia, quà sensa gambe!", poderia dizer, mas fazendo uma rápida revisão do ano, me surpreendo por tantas atividades e comemorações, como a participação com depoimentos no filme “Legado Italiano”;  em maio os 100 anos do Campanil da Marcolina (Torre de Otávio Rocha); em agosto os 50 anos do Panorama Pradense;  ter sido escolhido entre 40 pesquisadores para publicar texto, no maior conjunto de livros da imigração italiana (amigos Bacca e Rocha de Bento);  ver avançando a pesquisa sobre a manifestação de patrimônio imaterial do município à devoção a Nossa Senhora da Uva e acompanhar a missão extraordinária da Paróquia de N. Sra. de Lourdes, levando uma bela estátua para as capelas do interior, onde é recebida com tanto ardor; neste meio tempo, texto meu foi escolhido como 1º lugar no Concurso Internacional da Província de Vicenza, prosa/Exterior da Itália; poder finalmente subir à serra, para comer um menarosto e aquele banquete típico italiano;  ter participado do programa “Parla Talian” com comentários semanais e artigo mensal no O Florense; ainda poder  acompanhar o longo desenrolar da sinistra história da Boate Kiss, com uns poucos culpados atrás das grades (e mi anca sensa gambe); acompanhar a santinha das Graças voltar ao Parque da Gruta, depois de restaurada, ali esperando os seus devotos já há 40 anos; e para finalizar este ano, na semana passada, deixei na editora um novo livro, recontando histórias que me dão prazer em reviver.  Alguém teria pensado que “sensa gambe”, seria a hora de se entregar, de retribuir as influências negativas e deixar se envolver pelo pesado e depressivo clima que envolve a humanidade. Mas agir sim, navegar é preciso! Nos assuntos relembrados, ali teve várias das minhas semeaduras, agora é hora de colheita, sem nada esperar a não ser o próprio fruto. 
Feliz Natal e “Bonne feste e bonne menestre...”. Bem-vindo 2022, que traga muita luz e paz!   

*Sensa gambe – sem pernas, sem poder caminhar