Floriano Molon

Floriano Molon

Lembranças

Floriano Molon é natural do distrito florense de Otávio Rocha, nascido em 11 de abril de 1949. Foi professor primário, funcionário público estadual e federal, hoje aposentado, bacharel em Direito e pesquisador da imigração italiana. Tem 12 livros publicados e participou em diversas outras publicações. Como promotor de eventos, foi presidente de algumas edições da Festa Nacional da Vindima (Fenavindima) e outras festas, bem como presidente de diversas Associações. Recebeu o título de ‘Cidadão de Mérito de Flores da Cunha’, além do Troféu Grazie, esta última do Jornal O Florense. 

Contatos

A celebração das uvas e dos vinhos

A aprovação das festas que homenageiam a imigração, as uvas, vindimas e vinhos, se manifestam em multidões nas ruas

As maiores marcas italianas, desde 1875 no Rio Grande do Sul, são os vinhedos, as uvas e os vinhos. Celebrar tal fato nasceu com as exposições da fruta, festas da uva em Porto Alegre, Garibaldi e tomou maior repercussão com as exemplares Festas da Uva de Caxias do Sul, a partir da década de 1930. 
Flores da Cunha, desde a época de Nova Trento, sempre participou com entusiasmo das festas na cidade-mãe, com estandes, exposição de uvas e carros alegóricos. Tinha como referência maior a Granja União, nascida em 1929 e que se constituía em uma verdadeira universidade de saber como plantar, trabalhar e fazer vinho com vinhas europeias. Tivemos ainda o surgimento das cooperativas na década de 1910, e depois, mais fortes, de 1929 em diante. Ao par das cooperativas foram surgindo empresas vinícolas sob fortes alicerces de produtores. 
Passava pelas autoridades florenses e, em especial, na década de 1960, do prefeito Raymundo Paviani, a ideia de fazer uma festa também em Flores da Cunha. Haviam motivos de sobra, especialmente com o destaque daqueles anos, como maior produtor ‘per capita de uvas’ e, chegamos hoje, com o destacado marco de ‘maior produtor de uvas e vinhos do Brasil’. 
Vamos ser claros, o 2º distrito caxiense, Nova Trento, ao longo do tempo, foi várias vezes humilhado, como na não construção da ponte de ferro sobre o Passo do Zeferino, depois a não vinda do trem (trocou até o nome da cidade), o desvio da Rodovia Federal que foi passar por São Marcos... A cidade de Flores da Cunha sentia-se, assim, meio acabrunhada. Quando soaram os primeiros acordes da Festa da Vindima não faltaram vozes, mãos, gestos unidos para transformá-la, em pouco tempo, em um evento surpreendente. 
Enquanto isso, o distrito de Otávio Rocha realizou a Festa Paroquial da Uva, em 1966, na inauguração da nova Igreja Matriz, com sucesso, veio até ajudar para fortalecer a iniciativa florense. O Clube Independente fazia, há alguns anos, a escolha da Rainha da “Vindima”, nome que veio a cair como uma bênção para designar a festa que nasceria em 1966 e seria realizada nos primórdios de 1967. A Festa da Vindima trouxe o otimismo de volta, trouxe o progresso em linhas telefônicas, em asfalto, abertura de ruas, destaques nos jornais, construção do Parque... Não são poucos os que definem Flores da Cunha, antes e depois da Festa da Vindima, pois resgatou, ainda, o orgulho dos imigrantes que se exibiam nos desfiles, injetou recursos na economia, misturando tradição e novo ânimo.    
O distrito de Nova Pádua, à época, também pensou em celebrar a uva, sua grande produção, mas ao mesmo tempo somou os numerosos frutos que nasciam daqueles montes férteis e começou a realizar Feira de Produtos Coloniais. Agora, o município de Nova Pádua, com inúmeros atrativos, abre as portas para acolher os seus visitantes e realizar a 15ª Festa de Produtos Coloniais. 
Assim se completam as três festas celebrativas das uvas, das vindimas e das feituras do vinho. Todas conquistas!

Festa Nacional da Vindima, em Flores da Cunha.

Festa de Produtos Coloniais, em Nova Pádua.

Festa Colonial da Uva, em Otávio Rocha.