Floriano Molon

Floriano Molon

Lembranças

Floriano Molon é natural do distrito florense de Otávio Rocha, nascido em 11 de abril de 1949. Foi professor primário, funcionário público estadual e federal, hoje aposentado, bacharel em Direito e pesquisador da imigração italiana. Tem 12 livros publicados e participou em diversas outras publicações. Como promotor de eventos, foi presidente de algumas edições da Festa Nacional da Vindima (Fenavindima) e outras festas, bem como presidente de diversas Associações. Recebeu o título de ‘Cidadão de Mérito de Flores da Cunha’, além do Troféu Grazie, esta última do Jornal O Florense. 

Contatos

50 anos de Festas para os Colonos e Motoristas

Em 25 de julho de 1973 o distrito de Otávio Rocha tomou a iniciativa de homenagear os colonos, lembrando ainda dos imigrantes, dos motoristas, e também dos carreteiros

Foi em 25 de julho de 1973, que o distrito de Otávio Rocha tomou a iniciativa de homenagear os colonos, lembrando ainda dos imigrantes, dos motoristas, e também dos carreteiros. 
Se ouviam os ecos da comemoração dos 100 anos da imigração italiana de 1875, e repercutia meio mal, o “mi son talian, gracie a Dio”, “Colona é a nonna, viu!,” “Imbambiu!”,  “Mi no capisso niente!” Havia um preconceito a uma geração que ainda convivia com os dialetos.
Por exemplo, ir às lojas de Caxias do Sul junto com a mãe, alfabetizada, que sabia ler o Correio Riograndense, mas não sabia se comunicar direito em português, era passar vergonha na certa, pois os atendentes de gerações mais novas, não conseguiam entender o que ela falava.    Os tempos favoreciam a derrubada das casas antigas, rebocar as feitas de pedra, trocar os móveis de madeira por fórmica, queimar as fotos antigas e fazer de tudo para esquecer a língua e as tradições italianas. Poucos dos citadinos se lembravam que foi na agricultura, na produção de uvas e vinhos, que as vilas viraram cidades, e o bem-estar se implantou em toda a região colonial italiana. 
Isto vos conto, para dizer da importância da festa que nasceu em 1973 e está viva até hoje, nos seus 50 anos de idade, e influenciou muito o desenvolvimento de Otávio Rocha e região. 
 Quando, em 1973, Otávio Rocha, começou a organizar a Festa do Colono e Motorista, a iniciativa serviu de estímulo para que outros locais também promovessem ações para exaltar o trabalho das duas categorias. Ao longo do tempo, com a celebração dos 100 anos da imigração italiana, em 1975, os imigrantes, os carreteiros, os colonos e motoristas despertaram o respeito e a motivação para uma série de iniciativas de resgates históricos das labutas e das ações dos aventureiros da América. A Festa de Otávio Rocha, com o tempo, alterou o nome para a Festa da Colônia, centrada no cenário de uma comunidade que se mantinha ligada às atividades agrícolas.
O evento trouxe pessoas, melhoramentos dos mais diversos na infraestrutura e o distrito de Otávio Rocha, além da avançada agricultura, conseguiu se firmar como polo de turismo, com a sua gastronomia, atrativos turísticos, roteiros e destacando-se como modelo, em diversas atividades. 
De 21 a 25 de julho, venha viver a 49ª Festa da Colônia. Intensa programação, variadas atrações!

  

A Festa do Colono e Motorista, ao longo do tempo, uniu os agricultores para promover as suas atividades. A cultura gaúcha e italiana e a fartura das mesas, com destaque para o menarosto. 

Dr. Octávio Francisco da Rocha

Ainda lembrando os 99 anos da emancipação, trago uma pequena resenha da vida do patrono do distrito, do ilustre político, que foi de fundamental importância para a emancipação. 
Dr. Octávio Francisco da Rocha nasceu em Pelotas em 23/09/1877 e faleceu em 27/02/1928. Foi militar, engenheiro, educador, jornalista e político. Atuou como deputado estadual e federal, foi prefeito de Porto Alegre de 1924 a 1928, membro do partido Federalista, trabalhou no jornal A Federação. 
Pertencia a corrente política de Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros, Getúlio Vargas e Flores da Cunha. Por razões políticas, não concorreu a deputado federal em 1924, e ocupou-se, por vários meses, a atender a região de Caxias do Sul, onde se destacava uma forte oposição à Borges de Medeiros e apoio ao Dr. Assis Brasil, que fora derrotado nas eleições estaduais e motivou a Revolução Gaúcha de 1923. 
De Caxias conheceu Nova Trento e os sonhos de emancipação. Envolveu-se de tal forma, que no dia da implantação do município, fora sugerido homenagear, somente o nome dele, para denominar uma rua da nova cidade. E assim foi dado o nome ao 3º distrito. 
Nova Trento, do grupo político, homenageou Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros com ruas, Otávio Rocha com distrito e por destino inimaginável, o nome do município de Flores da Cunha.

 

 

 

 

O presidente do Estado, Dr. Borges de Medeiros, por força influência do Dr. Octávio Rocha, promoveu, em 17 de maio de 1924, a emancipação de Flores da Cunha.