Todo homem é igual?
Fernanda ou Nanda e Carlos Roberto, mais conhecido como Carlão pelos colegas de trabalho e Carlinhos pelos mais íntimos.
Fernanda ou Nanda e Carlos Roberto, mais conhecido como Carlão pelos colegas de trabalho e Carlinhos pelos mais íntimos. Doze anos de casados, sem filhos. Lucimar ou a Lu e José Carlos, conhecido por todo mundo como Montanha, apelido que não tem nada a ver com o nome ou mesmo com a sua frágil estrutura física. Dois filhos homens, dezoito anos de casados. O primeiro casal visita o segundo em uma noite gelada de sexta-feira. Nanda e a Lu no sofá da sala de estar, colocado em frente à lareira. – Os homens são todos iguais. – Inclusive na China onde todo homem é igual mesmo. – Ô se são, muda somente o rótulo e nada mais que isso. – Muda o rótulo e o RG. – Nenhum homem presta. – Nenhum presta, nem para levar o saco de lixo para a lixeira na rua. – Muito menos para trocar lâmpada queimada. – O meu é uma anta. – E o meu é um traste. – O meu ronca tanto que se botar hélice é capaz de sair voando pela janela. – Deus me perdoe, mas o meu peida tão alto que, às vezes, tenho a impressão de que o mundo está vindo abaixo. – Todo homem confunde característica com defeito. – É mesmo. – Homem só apronta. – Uma atrás da outra. – Homem é um saco. – Um saco ensacado. – Homem é igual à lareira: gasta muito e não esquenta nada. – Não esquenta mesmo. – Uhuhuh. – Ihihih. Enquanto isso, no escritório, colado à sala de estar. – Numa boa, Carlinhos, todas as mulheres são iguais. – Ô se são, Montanha. – A minha tá cada vez mais implicante. E a sua mulher? – Multiplica a sua por mil. – Nooossa. – Mulher ninguém aguenta. – A minha fede à celular de tanto viver grudada nele. – E a minha fede à revista de pseudo-celebridade. – Ahahah. – Ohohoh. Duas horas mais tarde... – Vamos indo, querida? – Vamos sim, amor! – Até mais, Lu (piscando o olho) – Obrigado, Nanda, foi uma noite muito divertida (beijo atirado com a mão). Três minutos depois... – Graças a Deus, foram embora. – Enfim sós! – Vá com calma, benzinho.