Pra não dizer que não falei de amor
Nada sei do amor
Nada sei do amor com suas moedas cunhadas de chuva com suas vertentes morrendo de sede com seus pretéritos mais-que-perfeitos com suas cascatas de rimas caindo com seus versos brotando da mão do amor apenas sei amar amando Eterno menino do passado quero distância pulso ao teu lado na ânsia do presente tenho a infância toda pela frente Partida de repente muda o roteiro leva do meu o riso seu fecha a torneira da voz caça um nada no chão abraça meu corpo inteiro num breve aperto de mão Termômetro o beijo é termômetro carnoso mede a febre no jogo amoroso Alma gêmea mesmo se nunca te visse eu te sonharia em sonho te amaria como se te conhecesse desde sempre Recipiente parte de você enche minha alma porção da minha alma só o vazio preenche Viagem viver é construir balões amar é viajar neles Primeiro beijo em você coceira de nada em mim tremedeira danada Oração peço a Deus para cuidar de você enquanto você cuida de mim Talvez de tudo talvez permaneça uma maçã mordida na fruteira uma manhã sépia na lixeira talvez permaneça a promessa jurada às pressas na esquina essa rima sem eira nem beira para você usar numa terça-feira debaixo de uma chuva fina Tem dias tem dias caminho no sol tem dias debaixo de chuva fina tem dias acendo teu nome tem dias lâmpada queimada tem dias te espero na esquina tem dias desespero na escada tem dias sou o herói godzilla tem dias sou nada último da fila Dom falar com os olhos escutar com o coração enxergar a vida minha nas linhas da tua mão