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Daqui a pouco é o Dia dos Namorados, com presentes e comemoração... Mas não é esse o tom desta crônica. O tom é outro. A indignação é outra. O volume é mais alto.
Daqui a pouco é o Dia dos Namorados, com presentes e comemoração...Mas não é esse o tom desta crônica. O tom é outro. A indignação é outra. O volume é mais alto.
De repente, parece que as algumas pessoas perderam o que ainda lhes restava de respeito ao próximo. Vivem full batteries, prontos para decarregar.
Algumas pessoas se arvoram no direito de importunar a paz do vizinho que tira o sossego de seu vizinho ao lado e assim por diante, até a cidade toda ferver em nervos.
Festa virou sinônimo de som alto nas mais altas horas da noite. O negócio é tomar todas e fazer um barulho infernal.
É assim no Centro da cidade. É assim praticamente em toda parte.
Festinha para meia dúzia obriga a vizinhança ficar acordada ou dormir um sono sobressaltado, até quase o sol ficar de pé nos telhados das casas. Obriga a vizinhança a ouvir um som infernal, levado às raias da loucura.
Qual é o sentido de provocar intermináveis sessões ensurdecedoras?
As batidas compassadas esmurram as caixas de som com tanta força que faz o chão tremer.
Fora as festas barulhentas, têm sirenes que disparam no meio da noite, carros que latem pelas vias públicas e babacas com seus baitas subwoofer, tuíters e o escambau que podem provocar doenças derivadas a essas exposições sonoras absurdas.
A verdade é que as noites estão ficando cada vez menos tranquilas. Quem respeita a Lei do Silêncio?
Diz o Decreto-Lei 3688/41, Lei das Contravenções Penais:
Perturbação do trabalho ou do sossego alheios
Art. 42 – Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios:
I – com gritaria ou algazarra;
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais;
III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem guarda:
Pena – prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.
Quem são os responsáveis para que a Lei do Silêncio seja cumprida?
Ninguém tem nada contra as pessoas se divertirem e promoverem festas maneiras, mas ser conivente com a falta de educação e respeito já é pedir demais.
A coisa ainda está sob controle, porém, é melhor que alguém meta a boca no trombone logo antes que o problema escape do controle e vire uma baderna só.
O recado é para esses acéfalos que acham que são uma ilha cercada de vazio por todos os lados. Parecem não entender que há pessoas que apagam a luz antes da meia-noite porque precisam levantar cedo pela manhã para pegar o ônibus que as deixará no local de trabalho. Os acéfalos não conseguem entender que há pessoas que têm filhos pequenos ou doentes em casa e que precisam de silêncio e repouso.
Isso tudo para não falar dos cães que transformam a noite em intermináveis e agoniantes sinfonias.
Em minoria e sem voz, talvez um dia não reste alternativa aos que ainda respeitam a Lei do Silêncio, que terão de ir para o campo e morar com as vacas.