Aprendendo com as mães
Aprendi com a mãe do Vilson que o abraço é o melhor presente que se pode ganhar. É melhor do que roupa. Não fica apertado e nem folgado, sempre cabe na gente.
Aprendi com a mãe do Vilson que o abraço é o melhor presente que se pode ganhar. É melhor do que roupa. Não fica apertado e nem folgado, sempre cabe na gente.Aprendi com a mãe do Valter que as lições, muito embora duras, evitam grandes atritos e possíveis queimaduras doloridas no futuro.
Aprendi com a mãe das adolescentes Ana Carla e Ana Júlia que existem horas que é preciso se armar contra as birras das filhas com muita firmeza e paciência, como os veteranos fazem a guerra.
Aprendi com a mãe do João Pedro que mães também têm passado e que suas histórias podem ser comoventes e emocionantes.
Aprendi com a mãe do Nestor que o sabão em pó Perdão lava mais branco e tira manchas do coração.
Aprendi com a mãe da Débora como estragar os filhos, cobrindo-os e sufocando-os com montanhas de afeto doentio.
Aprendi com a mãe do Paulo, da Rosa e do Juscelino, os três portadores de deficiência, que nas dificuldades uma mãe se multiplica no amor e na força de viver e que se não é possível ser feliz para sempre, ao menos se deve tentar ser feliz sempre que possível.
Aprendi com a mãe da Natália que as mães também tomam um drinque, namoram e sentem tesão pelo Brad Pitt.
Aprendi com a mãe da Maísa que algumas vezes é preciso ser uma ‘mãe chata’, viver perguntando aos filhos aonde vão, com quem vão e a que horas voltarão para casa. Exigir dos filhos para tirarem a louça da mesa, arrumar suas bagunças espalhadas pelos cantos e esvaziar o lixo, tarefas cruéis que violam a lei do trabalho infantil. Talvez este seja um dos problemas do mundo hoje em dia: não temos mães chatas o suficiente.
Aprendi com a mãe da Paula que a repreensão na hora certa é a mãe da educação.
Aprendi com a mãe da Terezinha que ser mãe é alimentar a triste esperança de que não venha a ficar órfã de seus próprios filhos em algum período da sua vida, acalentando a ideia de que, de vez em quando, os filhos sintam uma pontinha qualquer de orgulho pela mãe que tem e que não exijam a coragem que ela não tem e a força que nem sempre está com ela.
Aprendi com a mãe da Valentina, do Vitor, do Leo e da Maisa que uma mãe vale por uma boa professora, uma excelente advogada, uma dedicada enfermeira e uma ótima psicóloga.
Aprendi com a mãe da Maria Joaquina que ser mãe é ser Maria, Madre, Madona, Madrinha, Madrasta, Mártir, Mestra, Ministra, Marquesa, Mágica, Maravilhosa, Magnífica, Múltipla, Moderna, Maiúscula...
Aprendi com a mãe do Leandro, que também é mãe dos gêmeos Pedro Henrique e Pedro José, que é preciso pedir a Deus para lhe dar paciência porque se pedisse para que lhe desse força por certo arrancaria as orelhas dos filhos insuportavelmente elétricos, bagunceiros e encrenqueiros.
Aprendi com a mãe do Pedro que se chiar resolvesse, sal de frutas não morria afogado.
Aprendi com a mãe da Camila que se esforce para cobrir uma mesa, os filhos sempre acharão um lugar onde riscá-la.
Aprendi com a mãe da Camila que romper em palavras furiosas, ameaçando muito e não fazendo nada é ainda pior do que invocar o santo das causas perdidas.
Aprendi com a mãe do Rodrigo e do Gustavo que quando os dois decidem irritá-la de verdade parece que adquirem um poder quase sobrenatural.
Aprendi com a mãe do Tiago que as mães podem desmaiar de surpresa e felicidade pelo simples fato do filho ter lembrado o Dia das Mães com um presente especial e inesquecível.