Flávio Luís Ferrarini - In Memoriam

Flávio Luís Ferrarini - In Memoriam

Flávio Ferrarini

In memorian

Natural de Nova Pádua, Flávio Luís Ferrarini mudou ainda adolescente para Flores da Cunha (RS), onde fixou residência. Era publicitário e colunista dos jornais O Florense – desde seu início, em 1988 – e Semanário, de Bento Gonçalves. Além disso, Ferrarini, colaborava com vários sites literários.

Entre seus reconhecimentos, está o empréstimo de seu nome à Biblioteca Pública Municipal de Nova Pádua e ter sido escolhido Patrono da 30ª Feira do Livro de Flores da Cunha.

Suas obras mereceram artigos elogiosos, como o de José Paulo Paes, ensaísta, poeta e tradutor brasileiro. Ferrarini acumulou resenhas entusiastas em importantes publicações literárias do Brasil.

Flávio Luís Ferrarini publicou seu primeiro livro individual em 1985, abrindo uma série de dezessete obras, nos gêneros de contos, crônicas, poesia, poesia em prosa, novela e narrativas infanto-juvenis. O colunista morreu em um acidente de trânsito em 16 de junho de 2015. Suas crônicas permanecem no site como forma de homenagem póstuma.

 

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Ainda o recado das ruas

  • 12 de Julho de 2013 às 08:00

Os governantes não entenderam o recado das ruas A desconexão entre representantes e representados Continua praticamente como era antes

Os governantes não entenderam o recado das ruas
A desconexão entre representantes e representados
Continua praticamente como era antes
Dos manifestantes exibirem verdades nuas e cruas

O loteamento do Brasil por 39 ministérios
Permanece um mistério sem solução
A corrupção, a insegurança e a impunidade
Traduz a grande insatisfação da população

O governo vem com proposta de plebiscito
Mas o povo responde não é possível aos gritos

Que vergonha, meu Deus, ser aposentado
Ser aposentado é estar crucificado num real
Ser aposentado é ser humilhado o tempo todo
Num banco de pronto-socorro, numa fila de hospital
A coisa vai mal, aposentados e pensionistas pelo INSS
Assistem seus benefícios serem reduzidos pelo governo
federal

Manifestar preocupação não é falar mal do Brasil apenas
O Brasil cresce e a cabeça do governo continua pequena

Destinar os royalties do pré-sal para a educação não basta
Como usar bem esse dinheiro é que é a questão crucial
Cumprir metas de qualidade de ensino é que é fundamental
Ser professor no Brasil é ser um verdadeiro herói
Sem plano de carreira e com salário de office boy

Se a saúde vem em primeiro lugar
Porque a situação da saúde é de chorar
A qualidade dos serviços prestados é precária
As Santas Casas enfrentam situações de penúria
Mesmo sendo tão importantes e necessárias

É quase proibido ficar doente no Brasil
Cair no Sistema Único de Saúde
Pode ser tão ou mais arriscado do que descer
As cataratas do Niágara dentro de um barril

Enquanto isso os aviões da alegria transportam
Com o nosso dinheiro políticos e politiqueiros

Em 10 anos os gastos com transporte subiram 113%
Os planos de saúde tiveram alta de 135,9%
As despesas com educação aumentaram 111,2%
E o salário médio do brasileiro cresceu só no pensamento
Ao contrário do nível geral de endividamento
A sensação de aperto financeiro é uma constante

O recado das ruas não pode jamais sair da lembrança:
“Corrupção, transporte, educação, saúde e segurança”
Estes temas não podem ficar da forma como estão
Precisam de solução, o Brasil precisa de mudança.