Política

Eleições 2016: a saúde é uma preocupação constante

Conheça as propostas de campanha dos candidatos Lídio Scortegagna e Roberta Verdi para a área que detém 15% do orçamento municipal

A saúde é a principal preocupação do brasileiro. Pelo menos é que apontou a pesquisa divulgada pelo Instituto Ibope na semana passada. Segundo o levantamento, a área foi eleita como um ‘problema crônico’ em 19 capitais do país. O tema é a pauta das propostas dos candidatos à Prefeitura de Flores da Cunha Lídio Scortegagna, da coligação ‘Flores Unida’, e Roberta Verdi, da ‘Aliança Flores é Mais’, nesta semana.

Conforme números da Secretaria da Saúde, de janeiro a julho deste ano foram realizadas, no Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi, 23.730 consultas médicas e 4.579 encaminhamentos para o Hospital Beneficente Nossa Senhora de Fátima. A principal demanda foi para a verificação de pressão arterial. Atendem na área da saúde no município 135 profissionais, entre equipe administrativa, médicos, enfermeiros, motoristas, entre outros. De acordo com dados do Núcleo de Informação em Saúde da Secretaria Estadual da Saúde, em 2014 Flores da Cunha registrou 314 nascimentos, sendo 260 por cesáreas, o que corresponde a 82,8% dos partos. Desses, 38 nascimentos foram por mães menores de idade. A taxa de mortalidade em 2014 foi de 178 pessoas.

A Farmácia Municipal tem uma média de atendimentos de 5 mil pessoas por mês e conta com 191 medicamentos disponíveis, sendo que 148 dispensados junto ao Centro de Saúde e 43 de uso exclusivo do ambulatório. Para as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) o total de medicamentos à disposição é de 120.

Atualmente, o município conta com o Centro de Saúde na área central e mais seis UBSs nos bairros, localidades e distritos. A mais recente foi inaugurada em junho no bairro União. A UBS Dr. Claudino Caetano Muraro contempla consultórios médicos, salas de atendimento para curativos, coletas e suturas, quarto coletivo de curta duração e farmácia. Existem unidades também em Nova Roma, no loteamento Pérola, em São Gotardo, em Otávio Rocha e em Mato Perso. No distrito de Otávio Rocha, apesar de contar com uma sala para atendimento, está sendo edificada uma UBS própria. O prédio começou a ser construído em 2012, mas parou em sua primeira etapa devido a atrasos de verbas estaduais. Estão prontos os banheiros e a recepção num espaço de 98m² do total de 299m² previstos. A obra está em processo de licitação e trâmites legais para a empresa vencedora retomar os trabalhos. A UBS tem um orçamento estimado em cerca de R$ 500 mil, sendo R$ 93 mil de recursos federais e o restante de verbas próprias da prefeitura. Não há previsão para término.

Cirurgias em espera

A diminuição de repasses financeiros aos hospitais do Estado que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) também causou reflexos nos atendimentos de Flores da Cunha. O Hospital Fátima fechou suas contas no negativo devido aos recursos previstos que não foram repassados, como o Incentivo de Cofinanciamento da Assistência Hospitalar Estadual (Ihosp), pago pelo Estado e suspenso desde janeiro de 2015. Em junho deste ano, a instituição também estava com dificuldades em receber os incentivos para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e para os leitos de saúde mental – R$ 79 mil/mês.

Conforme uma reportagem publicada pelo O Florense em julho de 2015, a suspensão do agendamento de novas cirurgias eletivas de alta e média complexidade em traumatologia e ortopedia no Hospital São Carlos, de Farroupilha – referência da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) para o atendimento via SUS em todos os municípios da 5ª CRS – ocasionou uma lista de 25 pessoas a espera de cirurgias. Atualmente, o número mais que quintuplicou com 150 pacientes aguardando por atendimento cirúrgico. As eletivas mais procuradas são as de ortopedia de média complexidade (joelho, tendão, braço, lesão meniscal); cirurgias vasculares (varizes); cirurgias urológicas/ginecológicas (incontinência urinária, prostatecmia, cálculo, cistos); e cirurgias de alta complexidade (como hérnia de disco, prótese de joelho, próteses de quadril, atroplastia).

A prefeitura mantém convênio apenas com o Hospital Fátima. Até agosto deste ano o município já comprou serviços que totalizam R$ R$ 1,4 milhão. O Estado repassou, no mesmo período, R$ 518,6 mil e, a União, R$ 950,7 mil. Além do Fátima, o usuário florense é atendido no Hospital São Carlos, de Farroupilha, em  casos de urgência e emergência em traumatologia e, no Hospital Geral de Caxias para pacientes de oncologia, radioterapia e gestantes de alto risco – ambos referência da 5ª CRS em atendimento pelo SUS.

 

Propostas da coligação ‘Flores é Mais’ para a saúde

– As questões relacionadas à saúde nos preocupam muito. Uma administração pode fazer mais pelas pessoas, e principalmente dar atenção às questões vitais para a qualidade de vida. Precisamos, antes de colocar asfalto sobre paralelepípedos, ter coragem para promover ações firmes e planejadas na busca da saúde de nossa gente, começando pela prevenção.

– Queremos atuar fortemente em cursos para alimentação saudável, bons hábitos de higiene, sanidade com animais, cuidado com a água e o meio ambiente e investir na saúde da família. A prevenção dói menos e é mais barata aos cofres públicos, possibilitando economizar e fazer muito mais com o mesmo recurso.

­– Adotaremos a medicina alternativa com técnicas mais naturais para promoção da saúde, ensinando-as nas escolas, clubes de mães e grupos. Iremos criar um programa de incentivo à agricultura familiar para o cultivo de plantas medicinais. Ainda, dentro do foco da prevenção, criaremos o grupo itinerante ‘Vigilantes do Peso’, promovendo a saúde, especialmente nas comunidades que não são atendidas pelo Programa Saúde da Família.

– Investiremos em um programa de combate ao uso de drogas e à violência, reforçando a parceria com as entidades que já trabalham nessa área, abrindo novas frentes de trabalho e educando para uma cultura de paz.

­– Falando em meio ambiente, nos deparamos diretamente com as questões de saneamento. Hoje lançamos praticamente todo o esgoto sanitário ao meio ambiente. Questionamos sobre que futuro estamos deixando para nossos filhos. Assumimos o compromisso de uma atuação forte, combatente, especialmente cobrando da concessionária Corsan os avanços. Hoje, Flores, segundo ‘Ranking de Eficiência em Saneamento do Jornal Folha de São Paulo’, está na posição 4.481º, sendo que ao todo temos 5.561 municípios no Brasil.

– Queremos criar a Unidade de Vigilância em Saúde, abrangendo a vigilância sanitária, epidemiológica, ambiental, zoonoses, solo e água, sempre com foco na prevenção.

– É fundamental qualificar o acolhimento, sem filas, tempo de espera ou transtornos para agendar atendimentos. Acreditamos que modernizando o sistema e treinando funcionários teremos uma melhoria da eficiência. É preciso fazer mais com o mesmo recurso, por isso uma ação forte administrativa deve ser implementada, fortalecendo a transparência.

– Daremos especial atenção às Unidades Básicas de Saúde (UBSs), ampliando o atendimento e as localidades atendidas por elas. Vamos aumentar as especialidades oferecidas e a oferta de medicamentos, facilitando o acesso da comunidade, especialmente dos moradores do interior. Aliás, nosso interior precisa de atuação focada no combate ao mosquito borrachudo.

– Grupos de autoajuda, voluntariado e de promoção da melhoria na autoestima são fundamentais, pois diminuem os índices de depressão e consequentemente os custos com o tratamento. A saúde mental será tratada com muita firmeza e foco. Devemos nos antecipar a problemas sociais advindos destas questões, com políticas públicas eficazes e de qualidade.

– Vamos firmar um pacto de parceria real com as instituições que trabalham na área da saúde, em especial com o Hospital Fátima, que é nosso, e precisa da nossa atenção, buscando ampliar a quantidade de serviços adquiridos a fim de agilizarmos o atendimento e auxiliarmos na manutenção das atividades do hospital. Nem todos têm plano de saúde ou podem ir a outros municípios para serem atendidos, em alguns casos, não podem esperar por esse atendimento.

 

Propostas da coligação ‘Flores Unida’ para a saúde

– Descentralização: manter e ampliar unidades de saúde e o programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) nos bairros mais populosos, buscando a cobertura total no atendimento no município.

– Construção de sedes próprias: concluir a unidade de saúde de Otávio Rocha, bem como buscar recursos para a unidade básica na comunidade de Nova Roma.

– Academias de saúde ao ar livre: continuar com o programa de instalação de academias ao ar livre, levando mais saúde para as comunidades, com a criação de espaços de entretenimento e lazer que visam o bem-estar das pessoas e a prevenção da saúde.

– Saúde preventiva: intensificar campanhas de prevenção à dependência química e alcoólica, obesidade, hipertensão na comunidade. Manter programas contínuos voltados à prevenção, com a inserção de atividades esportivas (competições, campeonatos), culturais (dança, teatro, música) e de lazer (parques, praças, eventos), com o intuito de gerar inclusão social.

– Estabelecer referências: buscar parcerias com instituições e clínicas com atendimento direcionado para pacientes dependentes químicos, por meio de convênios e suporte da prefeitura, visando qualificar e facilitar o atendimento de todos.

– Especialidades médicas: ampliar atendimento de especialidades médicas, buscando mais profissionais nas áreas de oftalmologia, pneumologia, reumatologia, ortopedia e outras.

– Exames médicos: qualificar o atendimento para a realização de exames e agilização dos processos.

– Medicamentos: garantir medicamentos básicos de uso contínuo.

– Capacitação: capacitar equipe técnica nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), oferecendo cursos técnicos, objetivando o melhor atendimento a nossa comunidade.

– Implantar o programa Primeira Infância Melhor (PIM).

– Atendimento especializado: ampliá-lo a idosos e a dependentes químicos, oferecendo auxílio às famílias.

– Cirurgias eletivas: exigir da coordenadoria estadual liberação dos procedimentos cirúrgicos nas áreas de ortopedia (média e alta complexidade).

– Convênio com o Hospital Fátima: manter e ampliar convênio para suprir necessidades de manutenção e ampliação da infraestrutura do mesmo.

– Convênio com a Upeva: manter parceria com a entidade possibilitando as condições necessárias para o bom funcionamento, evitando maus-tratos nas ruas e contribuindo para a melhoria da saúde dos animais. Ampliar a estrutura física, visando a melhoria do abrigo de animais, e fortalecer as campanhas de adoção junto à comunidade.

– Aplicar o Plano Municipal de Saneamento Básico, que estabelece diretrizes nas áreas de esgoto, drenagem pluvial, água tratada e resíduos sólidos, levando qualidade de vida e saúde para as pessoas.

– Esgoto cloacal: canalização e tratamento do esgoto nos loteamentos em processo de regularização.

– Centro de Apoio Psicossocial (Caps): ampliar os serviços de atendimento a população, buscando maior número de profissionais para atendimento à comunidade.

– Comissão Assistencial: manter os programas de distribuição gratuita de fraldas geriátricas.

 - Camila Baggio/Arquivo O Florense
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