Política

Eleições 2016: a importância de investir na infraestrutura

O dicionário aponta como infraestrutura o conjunto de atividades e estruturas da economia de uma cidade que servem como base para o desenvolvimento de outras atividades, ou seja, para que as empresas de um município possam exportar são necessários portos e aeroportos. Fazem parte da infraestrutura de um município rodovias, estradas, sistemas de telecomunicações, rede de distribuição de água e tratamento de esgoto, sistemas de transmissão de energia, ambientes para socialização e lazer, entre outros. Por isso, a infraestrutura é fundamental para o desenvolvimento econômico de uma localidade. Sem ela, as empresas não conseguem desenvolver adequadamente seus negócios. É ela também que permite que cada município se especialize nas atividades econômicas para as quais têm maior vocação (agricultura, serviços, indústria), gerando ganhos de produtividade e qualidade para toda a economia. Uma rodovia em boas condições, por exemplo, reduz o custo de transporte e o preço final dos produtos, além de permitir uma melhor qualidade de vida de seus moradores e aliar laços econômicos e sociais com outras cidades.

Entendido do que se trata a infraestrutura de uma comunidade, pode-se dizer que Flores da Cunha possui um serviço básico promissor. Estradas do interior estão asfaltadas, postos de saúdes nos bairros e localidades, sistema de distribuição de energia em 100% das residências, porém, alguns pontos ainda precisam de atenção. Por isso, nessa semana, o Jornal O Florense apresenta os aspectos infraestruturais de Flores e traz as propostas dos candidatos a prefeito Lídio Scortegagna, da coligação ‘Flores Unida’, e Roberta Verdi, da ‘Aliança Flores é Mais’, para esse setor.

Uma das obras que merece atenção é o asfaltamento da Estrada Velha, que liga Flores da Cunha a Caxias do Sul. Atualmente, do trecho de 12 quilômetros, 2,7 quilômetros estão asfaltados entre a barragem da Maestra e a comunidade de Nossa Senhora das Dores (Doloratta). Em 2012, a Prefeitura de Caxias do Sul investiu R$ 3,17 milhões para realizar a obra, por meio do Programa de Asfaltamento do Interior (Pai). Do lado florense, que é de 7,8 quilômetros, restam 6,6 quilômetros de estrada de chão, sendo que 1,2 quilômetro é pavimentado. Existe um projeto para conclusão da pavimentação, mas por enquanto está parado à espera de recursos. A estimativa é que a obra custe em torno de R$ 3,5 milhões. A pavimentação da Estrada Velha supriria outra demanda: uma via alternativa de acesso ao município em virtude do intenso tráfego na ERS-122.

Em termos rodoviários, existem ainda dois gargalos: a revitalização da área central e a duplicação da Avenida 25 de Julho, no Acesso Sul. Um plano de mobilidade urbana apresentado em 2012, durante o mandato do ex-prefeito Ernani Eberle, previa estimativas na área central em relação a vias de acessos e instalação de semáforos para os próximos cinco, 10 e 15 anos. O plano contemplava ainda a implantação de um sistema binário nas ruas Borges de Medeiros (sentido único direção Norte-Sul) e Frei Eugênio (sentido único Sul-Norte). Com isso, reduziria o trânsito na Avenida 25 de Julho. Atualmente, a pavimentação da Borges de Medeiros até o trevo de acesso ao loteamento Conz busca desafogar o trânsito para o Acesso Sul. O plano previa também a duplicação da Avenida 25 de Julho desde o pórtico de entrada da cidade até a Rua São José com a instalação de quatro vias de trânsito – duas de cada lado.

Além do setor de trafegabilidade, a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Lagoa Bela e a conclusão da Casa da Cultura passam pelo processo infraestrutural do município. A ETE teve contrato assinado entre a Prefeitura e a Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan) em 2001 para o tratamento do esgoto sanitário. O contrato previa que até 2020 estivesse executada a primeira etapa da obra, entretanto, até o momento, nenhum trabalho foi iniciado, já que um processo jurídico que envolve a área para construção tramita na Justiça.

A Casa da Cultura, por sua vez, enfrentou dificuldades no início de sua construção devido à troca da empresa que não seguiu o projeto e à falta de repasses federais, mas hoje as obras estão em andamento com realização dos trabalhos na parte estrutural dos camarins e da arquibancada. Cerca de 80% da primeira fase está concluída – até o final do ano deve ser finalizada esta etapa.

Por fim, e não menos importante na questão de infraestrutura, está a dificuldade na telefonia móvel. Falta de sinal no interior e dificuldades em completar chamadas são problemas recorrentes. No início de agosto, a Prefeitura e os representantes de entidades locais entregaram um ofício na Regional Sul da operadora Vivo, em Porto Alegre, solicitando melhorias no serviço, além da ampliação do sinal para as localidades do interior.

 

Propostas da coligação ‘Flores Unida’ para a infraestrutura

– Mobilidade urbana: executar as melhorias necessárias objetivando aplicar o Plano de Mobilidade Urbana, com disciplinamento de cruzamentos ou implantação de binário, instalação de novos semáforos, pavimentação, abertura e melhorias nas vias públicas.

– Viabilizar as vias perimetrais e estruturais previstas no Plano Diretor para criar alternativas facilitadoras da mobilidade, desviando o tráfego do Centro. Entre os projetos, visamos a abertura da via estrutural ao lado do Parque de Eventos Antônio Dante Oliboni, que além de facilitar o acesso ao Parque, será uma via alternativa para a região de Nova Roma.

– Pavimentação e melhorias nas vias públicas urbanas e rurais, com o objetivo de ligar todas as comunidades com acesso asfáltico, melhorando o escoamento da produção e a qualidade de vida dos cidadãos.

– Equipamentos viários: viabilizar projetos para construção de trevos para acesso às empresas e comunidades localizadas às margens das rodovias vicinais e ERS-122.

– Executar a pavimentação da Estrada Velha entre Caxias e Flores da Cunha.

– Requalificar a Praça da Bandeira foi o primeiro passo para que as pessoas utilizem melhor o Centro, movimentando espaços de lazer também à noite, e incentivando o comércio e serviços no entorno, o que além de dar qualidade de vida, oferece segurança. O próximo passo será a remodelação de toda a Avenida 25 de Julho, desde o Acesso Sul até o Centro, incluindo a criação de uma ciclovia, melhorias nos passeios públicos, com nova iluminação e arborização.

– Promover a revisão do Plano Diretor Municipal com as entidades de classe, técnicos da Prefeitura e a comunidade, com o intuito de adequá-lo à realidade atual e contemplando a previsão de expansão e desenvolvimento do município.

– Aplicar o Plano Municipal de Saneamento Básico, que estabelece diretrizes nas áreas de esgoto, drenagem pluvial, água tratada e resíduos sólidos.

– Viabilizar, junto à Corsan, a execução das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) da Lagoa Bela e de Nova Roma.

– Drenagem Pluvial: dar continuidade na captação de recursos para realizar as obras previstas no Plano Diretor de Macrodrenagem para solucionar a drenagem de água das chuvas, com prioridade aos pontos críticos, evitando alagamentos.

– Exigir junto à Corsan o cumprimento do contrato de concessão de água e esgoto assinado com o município. Canalização e tratamento do esgoto nos loteamentos em processo de regularização. Executar redes públicas de esgoto onde necessário e readequação nas redes com problemas.

– Coleta seletiva: ampliar a coleta mecanizada de lixo e o número de contêineres, bem como continuar incentivando a associação de recicladores. Manter campanhas de educação ambiental e recolhimento de lixo eletrônico.

– Parque Natural São Francisco de Assis: torná-lo um espaço útil para educação ambiental e lazer, recuperando as trilhas ecológicas que poderão ser visitadas pela comunidade e escolas.

– Viabilizar a construção do projeto que o município possui de um skatepark, junto a atual pista de skate do Cemel. A pista, de 700m², poderá abrigar competições oficiais.

– Recuperar, manter e criar novos espaços públicos de lazer, como praças, parques, jardins e canteiros.

– Promover campanhas educativas de preservação dos terrenos baldios e passeios públicos.

– Dar manutenção adequada às estradas de produção, levar pavimentação asfáltica às principais vias do interior do município.

– Viabilizar a instalação de fibra ótica nas principais comunidades, possibilitando a implantação da nota eletrônica.

– Demarcar vias para o fluxo de veículos pesados, objetivando melhor mobilidade no Centro da cidade.

– Apoiar e estimular a iniciativa privada na concessão e instalação de uma Estação Rodoviária.

– Ampliar e melhorar a iluminação pública, com a busca de sistemas mais eficientes e mais econômicos, o que melhora a segurança e gera menor manutenção ao Poder Público.

– Centro de Atendimento ao Turista: conhecendo o potencial turístico de nosso município, vamos viabilizar a implantação do CAT para manter um ponto de informações sempre aberto aos turistas.

– Parque de Eventos Antônio Dante Oliboni: utilizar a área de cinco hectares já permutada com o município para ampliar a área destinada aos acampamentos e qualificar a estrutura do parque, atendendo às necessidades da população florense.

– Por meio de projeto de captação de recursos, buscar verbas para restaurar o Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi

– Parque Linear: com o intuito de oferecer bem-estar aos moradores, vamos concluir as obras de implantação do Parque Linear do bairro Pérola, que contará com pavimentação para caminhadas, ciclovia, parque infantil, academia de saúde ao ar livre, horta comunitária, arborização, iluminação pública, bancos para descanso.

– Casa da Cultura: buscaremos recursos para viabilizar a conclusão das próximas etapas da Casa da Cultura. O projeto contempla uma área de 2.620m², distribuídos em três andares. A casa abrigará hall de exposições, Biblioteca Pública, auditório para mais de 300 pessoas, camarins, copa, banheiros, bilheteria, salas multiuso para ensaios e encontros de entidades, cursos e oficinas. O projeto prevê também a construção de um estacionamento e uma praça.

– Lagoa Bela: conclusão da pavimentação entre o loteamento Granja União e a localidade de Lagoa Bela, incluindo passeios públicos e ciclovia, criando mais um espaço de lazer para a comunidade.

 

Propostas da coligação ‘Flores é Mais’ para a infraestrutura

– A população tem muitas necessidades. O crescimento contínuo gera demandas e as ações devem ser prioritárias. Todos merecem ser atendidos, no entanto, é preciso definir quais obras podem ser feitas dentro de um determinado prazo. Sabe-se que os recursos públicos são cada dia mais escassos e é preciso fazer tudo com muito planejamento: tomar decisões no hoje, mas com olhos no futuro. Realizar obras que são resultado de uma decisão técnica e não apenas política. É este tipo de atitude que teremos.

– Queremos revisar de forma integral o Plano Diretor, transformando-o em um Plano de Desenvolvimento Sustentável, com os pilares social, ambiental e econômico em equilíbrio.

– Dar prosseguimento aos planos complementares previstos na lei vigente, como o Plano Diretor de Esgotamento Sanitário, Plano Diretor de Drenagem Urbana e Plano de Mobilidade Urbana, sempre vislumbrando oportunidades de parcerias público-privadas, integrando entidades representativas. Promover a tomada de decisão da forma compartilhada com entidades e associações de moradores. Este é o olhar de uma administração moderna.

– Além disso, resgatar o conceito de ‘bairro’, onde se possa contemplar a maior parcela de suas necessidades em saúde, educação, segurança, acesso à prefeitura, correios, trabalho e lazer. Cada bairro precisa ser delimitado e estruturado de forma que tenha autonomia no seu dia a dia. Para isso, será criado um Posto de Governança Comunitária, aproximando a prefeitura do morador, onde um funcionário público esteja atento à limpeza, segurança, obras e manutenções, fazendo a ponte de comunicação com a prefeitura.

– Vamos ampliar um trabalho que alguns talentos da cidade estão desenvolvendo chamado projeto Flores 2050. Ele deve gerar um pacto social que permita indicar qual o rumo de desenvolvimento para Flores. Independente do gestor público, deve ser dado continuidade ao que é prioritário para Flores se desenvolver. Vai acontecer amplo debate com as instituições e associações de bairro, onde serão discutidas as vocações do município, vislumbrando oportunidades diante da identidade local, buscando promover o desenvolvimento, a inovação e o bem-estar social e ambiental.

– Para que o planejamento ganhe força, é preciso implementar sistemas de informações, como um banco de dados que possibilite diagnósticos. Buscar estratégias para que os cadastros de dados (territoriais, de pessoas) sejam unificados, e que, continuamente, sejam atualizados. Um sistema de indicadores que possa medir a evolução da cidade, o resultado da aplicação de políticas públicas, os avanços econômicos e outros será criado. A partir do resultado destes indicadores, serão definidas ações preventivas e prioritárias, como, por exemplo, a educação. Antes de investir na ampliação de uma escola, é preciso analisar até quando a mesma irá atender a demanda dos bairros que agrega. É preciso considerar a possibilidade de verticalização de escolas para dar mais espaço aberto à integração e recreação dos estudantes.

– Obras devem ser precedidas de bons projetos, e sua execução acompanhada de muito controle e cuidados. Destacam-se algumas ações importantes e os critérios adotados: conectividades – ter uma alternativa para o deslocamento intermunicipal a Caxias do Sul e arredores. Para atender este critério, deve-se projetar e implantar a infraestrutura viária com pavimentação asfáltica (incluindo local para deslocamento a pé e de bicicletas, além de paradas ao transporte coletivo urbano) da Estrada Velha até Caxias do Sul, se for possível concluí-la; – interligação de distritos: para atender a este critério deve-se projetar a infraestrutura viária com pavimentação asfáltica (incluindo espaço compartilhado para bicicletas e caminhantes) da estrada que liga Mato Perso a Otávio Rocha; – fortalecer a ligação dos bairros com o Centro da cidade, e entre os bairros, além de qualificar sua infraestrutura viária: para atender a este critério, observar a necessidade das pessoas que se deslocam a pé, de bicicleta e de transporte público, sem esquecer a iluminação e da revisão da tubulação de esgotos. Serão definidas rotas de acessibilidade, que contemplem a padronização de calçadas, arborização viária, lombadas e faixas de pedestres, que garantam a acessibilidade universal; – fortalecer a ligação Norte-Sul: esta ligação é a mais problemática porque depende, quase que exclusivamente, da Avenida 25 de Julho. Realizar projeto de remodelação, a ser implantado gradativamente, este será uma das principais ações quanto à conectividade urbana.

– Espaços de integração: fortalecer a integração das comunidades. Para fortalecer o espírito de ‘pertencimento ao bairro’, é preciso qualificar espaços de encontro, mas também aqueles espaços que servem para toda a população. A proposta visa implantar o Parque Natural São Francisco de Assis e revitalizar o Parque da Vindima, para que possa efetivamente receber eventos de todas as naturezas. Além disso, buscar desenvolver espaços para práticas de esportes, skate, roller e manifestações culturais e de lazer.

– Qualidade ambiental: melhorar o ambiente urbano nas questões de lixo, esgoto e arborização. Zerar pontos com esgoto a céu aberto (contabiliza-se 29 locais na área urbana), bem como a definição das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). Revisão do sistema de coleta de Lixo por meio da implantação de ecoponto junto ao Posto de Governança Comunitária para a entrega dos resíduos seletivos, e revisão/padronização de lixeiras. Implementar o Plano de Arborização Urbana, fazendo conscientização por meio das escolas.

 

Cerca de 80% da primeira fase da Casa da Cultura está concluída. - Bárbara Lipp/Prefeitura de FC/Divulgação
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