Política

Há quase 50 anos a televisão é considerada a arma mais poderosa nas campanhas eleitorais, ao lado do rádio. Na última década, contudo, a internet assumiu um papel fundamental na política. Em 2000 e 2004, o meio digital já despontava como organismo essencial de um pleito, mas nada comparado ao que aconteceu em 2008, quando o candidato à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, dono de uma campanha épica, transformou a linha que divide o online e offline no campo político. Influenciada por todo esse histórico, a eleição municipal de 2016 tem as ferramentas da internet como fundamentais e estratégicas, já que a reforma eleitoral de 2015 ‘apertou o cinto’ em relação aos financiamentos de candidatos, além de reduzir o período de campanha de três meses para 45 dias, menos ainda quando tratamos de espaço em rádio e TV.

Na corrida eleitoral pelo Executivo e Legislativo florenses, as coligações ‘Flores Unida’, do candidato à reeleição Lídio Scortegagna (PMDB), e seu vice Almir Zanin (PSB); e ‘Aliança Flores é Mais’, liderada pela candidata a prefeita Roberta Verdi (PP) e seu vice Luiz Antônio Pereira dos Santos (PDT), estão apostando em atrativos diários em suas respectivas páginas na web. A pouco mais de 20 dias do pleito, as inserções de rádio e encontros com a comunidade adquiriram uma instantaneidade proporcionada pelo online.

Ambas as coligações atualizam, diariamente, as agendas dos candidatos por meio de suas páginas no Facebook (Lídio Prefeito 15 e Roberta Verdi 11). Vídeos, depoimentos e fotos antigas mostram a personalidade e trajetória dos candidatos da majoritária, além de informações de todos os postulantes à Câmara de Vereadores. A cada comício, reunião ou visita, novas fotos mostram o trabalho da coligação e qualquer pessoa interessada pode conferir.

Essas possibilidades para uso da internet como plataforma de campanha só crescem. O que até 2012 era visto como meio de campanha complementar, em 2014 demonstrou ter sido uma das principais fontes de influência na decisão de voto e de acirrados debates políticos. Em pesquisa da Datafolha, divulgada naquele ano, 39% dos eleitores pesquisados disseram que foram influenciados pela internet na hora de decidir sobre o candidato e 19% disseram que a internet influenciou muito.

Política online

Em um país que sempre se destaca nas listas de adeptos às redes sociais, em horas conectadas e que também se informa por tais redes, desprezar a força da campanha na web é deixar para trás uma parcela importante do eleitorado. Para a coordenadora da campanha ‘Aliança Flores é Mais’, Giovana Ulian, a internet é uma potente forma de socializar informações e avaliar respostas rápidas, contudo, não substitui o contato físico com os eleitores. “A internet é um importante complemento da campanha política. Não muda de maneira alguma o abraço, o sorriso e o olho no olho. Quem quer conhecer o candidato não se convence somente pelo computador. A pessoa que sente algo nunca mais esquece e o sentir não é pela internet, mas sim pelo contato físico”, aposta Giovana.

O coordenador da campanha ‘Flores Unida’, Élio Dal Bó, concorda com a importância do ‘corpo a corpo’, e acrescenta que com menos tempo de campanha, as propostas chegam a mais pessoas graças às redes sociais. “É uma ferramenta recente na política, mas para um público que a usa no dia a dia, não. Existem estudos que dizem que 65% do eleitorado, mais o público jovem, usam essa ferramenta e por meio dela conhecem os candidatos. Contudo, outra parcela significativa da comunidade ainda prefere a visita e o corpo a corpo para decidir seu voto”, destaca Dal Bó.

Com a reforma eleitoral de 2015, a internet se tornou uma ferramenta econômica e rápida para informar a população sobre as campanhas. “Neste ano, sem dúvida a internet se torna essencial e acredito que isso deve aumentar, pois a tendência é que os espaços de campanha diminuam. Como essa ferramenta é mais contemporânea, ela vem se aprimorando cada vez mais”, complementa Dal Bó.

Para Giovana, o acesso à informação é ampliado pela internet, tanto sobre a campanha quanto sobre os candidatos. “Nas reuniões da qual participo, procuro enfatizar que com as redes sociais é muito fácil desmascarar um personagem, e esse ‘desabar’ da imagem não se reconstitui mais. Por esse motivo, a verdade, que é uma qualidade sempre, se destaca neste ano; isso eu acredito ser um ganho da internet nessas eleições. Até um tempo atrás coisas assim passavam despercebidas”, sustenta Giovana.

A propaganda online é liberada nas páginas e redes sociais próprias de cada coligação – é proibida a propaganda paga ou pagamento para impulsionar curtidas, abrangência das postagens ou seguidores. Em caso de envio de emails, toda a mensagem deverá ter um botão que permita ao eleitor se descadastrar.

As coligações na web

‘Flores Unida’

A coligação ‘Flores Unida’ (PMDB, PSD, PSB, DEM, SDD, PTB, PCdoB, PTdoB, PRB, PTC e PT) conta com o site www.lidioprefeito15.com.br e as redes sociais facebook.com/LidioPrefeito15, twitter.com/lidioprefeito15 e instagram.com/lidioprefeito15, além do Soundcloud, onde são divulgados os programas eleitorais após sua veiculação nas rádios. As redes sociais divulgam ações, agenda, propostas e contam histórias e experiências dos candidatos, servindo ainda como ferramenta para conferir a opinião e necessidades da população.

‘Aliança Flores é Mais’

A coligação ‘Aliança Flores é Mais’ (PP e PDT) conta com duas páginas: Roberta Verdi 11 (facebook.com/robertaverdi11), onde é divulgada a agenda da coligação, fotos da campanha, material de todos os candidatos da majoritária e também para vereador e vídeos com depoimentos sobre a candidata Roberta; e a fanpage Flores é Mais (facebook.com/floresemais), criada com o objetivo de incentivar a participação das pessoas na construção do plano de governo da coligação, intitulado ‘Plano para as Pessoas’.

Em Nova Pádua

A coligação ‘Nova Pádua Unida e Forte’ (PSDB, PP, PMDB e PRB), que concorre como chapa única no município, conta com a fanpage facebook.com/ronaldoprefeito45, que é atualizada com a agenda e fotos dos comícios que envolvem os candidatos da majoritária Ronaldo Boniatti (PSDB) e seu vice Gelson Sonda (PP).