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Um sonho prestes a ser completamente realizado

Estudante florense que passou em três concorridos vestibulares há sete anos formou-se em Medicina e pretende atuar na cardiologia

Em janeiro de 2011, há exatos sete anos, o Jornal O Florense apresentou em suas páginas uma matéria com um jovem do Travessão Alfredo Chaves, de 18 anos, que tinha passado em 1º lugar no vestibular do curso de Medicina pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), uma das instituições mais concorridas do Estado, além de outras três aprovações em instituições públicas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Passados sete anos, Marco Antônio Smiderle Gelain, hoje com 25 anos, recém-formado em Medicina, avalia a trajetória e a dedicação aos estudos, tendo a certeza que fez a escolha certa. Foram longos anos de estudo em tempo praticamente integral, desde a época da maratona de vestibulares até as disciplinas da faculdade. “Costumo dizer que a medicina exige foco, dedicação e persistência. Mas é gratificante ver o caminho percorrido e sentir que é isso o que gosto e sei fazer”, enfatiza. O caminho, que é realmente longo, ainda está longe de terminar. Os estudos agora são focados para as provas de residência, algumas já feitas, só aguardando os resultados.

Em 2018 Marco prestará serviço militar obrigatório para profissionais como médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários formados. A cidade de destino será Rosário do Sul, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. “Acredito que será um período de aprendizado intenso, enquanto aguardo as chamadas para as residências”, afirma. O período terá duração de no mínimo quatro anos, ainda em Porto Alegre.

A escolha

Em 2015, Marco teve a oportunidade de participar do programa do governo federal Ciências Sem Fronteiras, e estudou durante um ano na Holanda, onde desenvolveu um projeto de mestrado na área da cardiologia. A experiência custou um ano a mais na graduação, além da adequação ao inglês e adaptação ao clima do país. “O primeiro desafio foi o inglês, passei a estudar a língua por conta no início da faculdade, devido às denominações da medicina, mas só fui aprender na prática, morando fora do país. Outra dificuldade foi a adaptação ao clima europeu, muito chuvoso, frio, e eu estava sozinho lá por um ano. Foi aí que a determinação novamente se fez presente”, conta.

Abdicar também é uma palavra de uso recorrente aos que dedicam anos à formação da carreira. Marco destaca que viver longe da família e dos amigos é realmente difícil, mas teve de optar por ter pouco contato social e mais concentração ao foco principal: tornar-se um profissional de excelência. Apesar de ter mais contato com a irmã Marina, que morou com ele em Porto Alegre e também é médica, a saudade é dos pais Realda e Josimar e da avó Olga, que torceram por ele e o apoiaram em todos os momentos.

Durante o curso, os alunos passam por estágios em todas as áreas para definir a especialização. Até fazer o projeto de mestrado na área da cardiologia, Marco não tinha esta como uma favorita. “Percebi que é uma área de grande abrangência que muito me interessa, e lidar diretamente com um dos sistemas que comandam nosso corpo foi incrível”, destaca, anunciando que essa é a sua escolha até o momento.

Os planos futuros do jovem médico são buscar especializações, e após, voltar para Flores da Cunha e poder atuar na sua cidade natal. Parar de estudar nunca estará nos planos, já que não só a formação exige, mas o exercício de prática e estudo será constante. Aquele menino de 18 anos que falava em “acreditar nos sonhos” se formou e realiza um sonho a cada nova etapa, levando nos olhos o brilho de quem sabe aonde quer chegar.

 

Na Holanda, após um ano de estudos, Marco Antônio desenvolveu um projeto de mestrado na área da cardiologia. - Arquivo Pessoal/Divulgação Em 2011 o então ‘bixo’ ilustrou reportagem da seção ‘Colagem’. - Reprodução
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