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Transporte coletivo florense segue com impasses

Expresso Caxiense informa que não embarcará passageiros e prefeitura tenta agendar encontro com dirigentes da Metroplan

O transporte coletivo urbano de Flores da Cunha segue gerando impasses. Desde ontem a empresa Expresso Caxiense deixou de conduzir passageiros entre São Gotardo e o Centro por meio das linhas Caxias do Sul-Flores da Cunha. A determinação deve ser cumprida inclusive aos finais de semanas e feriados. As linhas de Vacaria e Antônio Prado permanecem com embarques e desembarques inalterados na localidade florense – isso porque não há como a empresa saber para qual cidade o passageiro está se deslocando. O motivo para a mudança é a notificação feita pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) de que a empresa, por ser uma companhia intermunicipal, só poderia transportar passageiros de uma cidade para outra.

O trajeto Flores-São Gotardo é de concessão da Expresso Kurz, empresa responsável pelo transporte municipal. De acordo com o diretor executivo do Expresso Caxiense, Nelson Ribeiro, para evitar transtornos, mesmo após contato com prefeito florense, Lídio Scortegagna, a empresa não recolherá passageiros nas linhas Caxias-Flores. “Existe esse transporte urbano e a empresa (referindo-se a Kurz) está sempre reclamando. Por isso, vamos cumprir religiosamente, aliás, como sempre cumprimos o que determina a legislação. Entendemos que é uma decisão em prejuízo para o usuário de São Gotardo, mas não é a Caxiense que está tomando essa decisão, é a legislação que nos obriga a tomar essa decisão”, afirma o diretor. A linha Flores-Caxias segue inalterada (com paradas em São Gotardo), já que a tarifa é única e o passageiro pode desembarcar onde desejar.

Do outro lado da polêmica está o Expresso Kurz, responsável pelo transporte municipal, que alega que a Caxiense “continuaria angariando passageiros e que isso seria ilegal”, aponta o diretor Mauro Kurz. Em meio ao impasse está a prefeitura de Flores da Cunha, que tenta se reunir com dirigentes da Metroplan para avaliar a situação. O encontro, previsto para ocorrer na semana passada, foi adiado devido à troca de diretoria do órgão. “Vamos marcar a reunião e conversar com todas as empresas para acertar tudo. Ainda não temos uma definição”, diz o prefeito.

Uma das preocupações do poder público e dos usuários seria a oferta de horário de transporte após as 18h e aos finais de semana. O Expresso Kurz não tem linhas depois desse horário e nem aos sábados, domingos e feriados. Entretanto, a empresa protocolou na prefeitura um documento informando que a partir do momento em que houver fiscalização e surgir demanda ela se disponibiliza a ofertar veículos e serviços nos finais de semana e feriados, conforme a necessidade. A secretária de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Ana Paula Ropke Cavagnoli, confirma que o documento foi entregue, mas por enquanto nada foi encaminhado.

Para entender
O impasse começou após uma denúncia encaminhada à Metroplan, órgão estadual que regulamenta e fiscaliza o transporte no Estado. O motivo seria o transporte de passageiros que não seriam competência do Expresso Caxiense, ou seja, fazendo o serviço que seria de concessão do Expresso Kurz. De acordo com a Metroplan, o Caxiense só pode realizar transporte intermunicipal. “A partir das reclamações estamos fiscalizando, mas esse é um local de competência do transporte municipal e é a prefeitura que deve tomar as providências por eventuais problemas que ocorrem pelo costume da população em utilizar as linhas intermunicipais”, pondera o fiscal de transporte da Metroplan Roberto Ribeiro.


Fiscalização nos ônibus

Uma enquete feita na página do Facebook do jornal O Florense sobre o transporte urbano motivou uma série de questionamentos de supostos usuários dos expressos Caxiense e Kurz. Muitos deles alegam que a frota de veículos do transporte coletivo urbano estaria sucateada. Alguns dos comentários frisam que “os ônibus não são adequados”, “são cacos e não possuem cinto segurança” e “existe um cabo de vassoura e guidão de bicicleta segurando a porta”. A reportagem d’O Florense utilizou o serviço esta semana sem se identificar nas linhas Centro-Nova Roma e Centro-São Gotardo e não constatou irregularidades (como o caso do cabo de vassoura na porta).

O proprietário do Expresso Kurz, Mauro Kurz, aponta que a frota da empresa tem idade média de seis anos. “Não tenho nada a dizer sobre frota sucateada, pois nossos carros são de 2009 e deve ser a frota mais nova do país. Lugares como Caxias do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro têm uma frota de oito anos”, diz. Ele alega falta fiscalização por parte da prefeitura e que, até agora, nada foi feito sobre o transporte clandestino para determinadas localidades. “A prefeitura apenas diz que está fazendo estudos, mas quando vai fiscalizar? Realmente está bem difícil trabalhar”, reclama. O empresário encaminhou uma denúncia ao Ministério Público sobre o assunto.

A secretária de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito, Ana Paula Ropke Cavagnoli, explica que a administração está fiscalizando e emite multas quando são constatadas irregularidades. “Temos fiscalizado todo o tipo de transporte, seja o coletivo, o escolar ou o fretado, bem como verificamos cláusulas contratuais e não estão sendo cumpridas”, pontua a secretária.



 - Antonio Coloda
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