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Falta pouco para restaurar o Casarão dos Veronese

Projeto que viabiliza a recuperação foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Flores da Cunha no dia 30

Propriedade tombada pelo governo do Estado, o Casarão dos Veronese é sinônimo do trabalho da imigração italiana em Flores da Cunha. Para manter e aproveitar a área, a prefeitura iniciou um projeto de restauração para tornar o espaço um centro de cultura e de apoio para o roteiro turístico Caminhos da Colônia. Em sessão no dia 30 de setembro, os vereadores aprovaram o projeto de lei que autoriza a destinação de verbas para a recuperação e restauração do Casarão. O valor a ser investido é superior a R$ 2,5 milhões e foi captado por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lic). Na próxima semana o projeto completo será apresentado para a Secretaria de Turismo, Indústria, Comércio e Serviços.

O Casarão dos Veronese foi tombado em 1986 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). Desde então o município busca fazer a recuperação do prédio que hoje se encontra em péssimas condições estruturais. No ano passado uma portaria autorizou a captação de recursos pela Lic para o subsídio da casa centenária, localizada no entroncamento das estradas entre o distrito Otávio Rocha e as localidades de Linha 60 e Santa Justina.

Ainda em 2012 o projeto foi aprovado pelo Conselho Estadual da Cultura e pelo Iphae. O então secretário de Turismo, Floriano Molon, passou a visitar empresas com o objetivo de captar recursos e tornar possível o restauro. “Visitando diversos empresários florenses tivemos uma boa quantia de investimentos. Por mais de duas décadas buscamos a aprovação do projeto e fico muito contente que está andando. É mais um importante atrativo para Flores da Cunha”, valoriza Molon.

Segundo a proposta, o local irá funcionar como um espaço cultural, preservando as características arquitetônicas originais. O restauro preparará o imóvel para o seu aproveitamento em três aspectos, que valorizam a cultura dos imigrantes italianos (religiosidade, trabalho, cotidiano, gastronomia e divertimentos). Haverá um museu com salas temáticas sobre uva, vinho, milho, polenta, trigo e pão; recriação do quarto de colônia, da moenda (retratando como era extraído o mosto da cana de açúcar), do forno à lenha e do alambique (para preparação da graspa) e aspectos da família Veronese.

A casa centenária terá ainda espaços culturais multiusos que servirão para a realização de reuniões, cursos e apresentações artísticas e um local de difusão gastronômica. Neste serão preparadas refeições que valorizam a culinária deixada pelos imigrantes italianos. A moradia também servirá como sede do roteiro turístico Caminhos da Colônia.

Definições
A atual administração optou por contratar uma empresa que fez a captação dos recursos necessários para a realização das obras. Em reunião na próxima semana (a secretaria ainda não definiu a data) a empresa deve apresentar os valores e os empreendimentos que investiram no projeto cultural. “Estamos com todo o valor necessário acertado. Vamos sentar para definir alguns ajustes e poder dar andamento ao projeto”, resume o secretário de Turismo, Indústria, Comércio e Serviços, Everton Scarmin. O valor necessário foi captado inteiramente com empresas de Flores da Cunha.

A primeira fábrica de pólvora da região
O Casarão Veronese foi construído em 1895 por Felice Veronese, imigrante de Monte Magré, norte da Itália, que se estabeleceu em 1882 no Travessão Marcolino Moura, hoje distrito de Otávio Rocha. A casa com 800m² em pedra foi erguida para abrigar a residência da família e também uma pequena vinícola. Ela serviu de sede das primeiras fábricas de pólvora, foguetes e produtos químicos que deram origem à empresa Veronese S/A.

Com a mudança da família Veronese para Caxias do Sul, o imóvel foi adquirido por Libânio Scur e Sétimo Galiotto. Em 27 de novembro de 1986 o Casarão, considerado um dos mais importantes prédios históricos da imigração italiana, foi tombado pelo Iphae. É o único bem tombado de Flores da Cunha.

Em 1989 é iniciada uma restauração que não seguiu adiante devido aos custos (e à inflação). Em 2000 o Supremo Tribunal Federal (STF) condena o Estado e o município a iniciarem o restauro do prédio, o que teve de fato andamento em 2012. Atualmente o local onde está o Casarão é de propriedade da prefeitura.

Fontes: Livro Tombo e Iphae.

Prédio foi erguido em 1895 no interior de Otávio Rocha. - Arquivo O Florense
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