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Campanha Janeiro Branco promove palestra no Espaço Cultural

Saúde mental em foco: o psicólogo, professor e idealizador do projeto, Leonardo Abrahão, falará para o público a partir das 19h, com entrada gratuita. Iniciativa propõe reflexão a respeito das condições emocionais

“Quem cuida da mente, cuida da vida”. A frase tem destaque no site da campanha Janeiro Branco que, desde 2014, leva para cidades de todo o Brasil a importância de ações planejadas e projetadas para a promoção da saúde emocional na vida das pessoas, prevenindo o adoecimento físico. Em Flores da Cunha, o Janeiro Branco foi instituído por lei no ano passado – uma indicação do vereador Samuel de Barros Dias (PTB) –, e neste mês conta com programação no Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi, nas unidades básicas de saúde, no Hospital Fátima e no Centro de Atenção Psicossocial (Caps 1 Florescer), serviço que coordena as atividades.

A principal ação ocorre nesta terça-feira, dia 16, no Espaço Cultural São José. O psicólogo, professor e idealizador do Janeiro Branco, Leonardo Abrahão, palestrará para o público a partir das 19h, com entrada gratuita. Antes disso, pela manhã, ele falará para profissionais da saúde. Além da palestra, durante todo o mês serão realizadas ações no Centro de Saúde, nas UBSs, no Hospital e no Caps como rodas de conversa, oficinas, distribuição de material informativo, entre outras atividades (veja a programação).

Janeiro foi escolhido para a campanha por ser um mês que configura ponto de partida, inspiração e motivação para as pessoas buscarem planejar e mudar as suas vidas. Para a coordenadora do Caps, Taíse Girotto, ações como o Janeiro Branco podem fazer a diferença na vida das pessoas. “A realização da campanha em Flores da Cunha tem como objetivo fazer do mês o marco temporal estratégico para que todas as pessoas reflitam sobre sua saúde mental, além de atrair a atenção do maior número possível de pessoas para o tema. Espera-se que as pessoas sintam-se incentivadas a pensar a respeito das suas vidas e a refletir sobre o que vêm fazendo para cuidar e manter a sua saúde mental”, indica.

A campanha é coordenada em Flores da Cunha pelo Caps, vinculado à Secretaria da Saúde. No site janeirobranco.com.br é possível obter mais informações sobre as atividades desenvolvidas no país.

 Os brasileiros sofrem com a saúde mental 

De acordo com o psicólogo e professor Leonardo Abrahão, o Brasil não está bem quando o assunto é saúde mental. São Paulo, por exemplo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a cidade campeã em termos de transtornos mentais no planeta. O país, por sua vez, possui o maior número de casos de depressão da América Latina e o segundo maior número nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos. “Ou seja, nossa saúde mental não está legal e isso, por si só, já justifica o nascimento do Janeiro Branco em terras brasileiras. E o adoecimento emocional não escolhe suas vítimas: o problema é crescente entre todas as classes sociais e faixas etárias da sociedade”, alerta Abrahão.

Para o professor, o salto nas taxas de suicídio, depressão e ansiedade pelo mundo são alarmantes e um dos principais fatores é o estilo de vida imposto pela sociedade. “O crescimento do adoecimento emocional das pessoas tem a ver com o estilo de vida que uma parte pequena da sociedade impõe à parte maior. Aqueles que dominam os processos políticos, econômicos e sociais da humanidade têm forçado e ‘publicizado’ estilos, modos e meios de vida que não priorizam o bem-estar e o equilíbrio psíquico das pessoas. Antes, priorizam o excesso de trabalho, o excesso de consumo, o excesso de vaidade e a falta de presença afetiva nas vidas de todos em decorrência desses excessos. Por isso a campanha convida a todos para pensarem nos sentidos e propósitos que têm atribuído a suas vidas”, frisa o psicólogo, que é natural de Minas Gerais.

Um dos motes do Janeiro Branco é a ‘felicidade’ e, com isso, chamar atenção para quando a infelicidade vira motivo para buscar ajuda profissional. “A felicidade é como uma fiel balança de um sistema psíquico em equilíbrio, mas que possui relação saudável com a infelicidade quando essa se faz naturalmente presente. Tanto a felicidade quanto a infelicidade são condições naturais e saudáveis de uma vida. A infelicidade sem fim, ou obsessão pela felicidade a qualquer custo, é que devem ser objetos de preocupação e acompanhamento profissional”, indica Abrahão.

É nessa busca por um profissional da saúde mental que muitas vezes as pessoas desistem, um assunto que por vezes ainda é considerado tabu. “Cuidar da saúde mental não é mais tabu, porém, vários assuntos necessariamente ligados à saúde mental ainda são, como, por exemplo, sexualidade e relação entre crenças religiosas e saúde mental. Outra questão importante a se considerar: saúde mental deixou de ser um tabu, mas muitas pessoas ainda enxergam os temas relacionados apenas pelo viés da ‘patologização’, o que é um erro e um desserviço”, acredita o professor.

É neste caminho que nos últimos quatro anos o Janeiro Branco vem auxiliando profissionais da saúde e também motivando a população a prestar mais atenção nas suas condições mentais. “Desde 2014 a campanha cresce aceleradamente. Acreditamos que isso se deve ao que foi dito anteriormente: o crescimento do adoecimento emocional da humanidade tem levado a humanidade a procurar soluções para essa questão e a campanha tem sido um bálsamo nesse sentido”, estimula Abrahão. Assim como em Flores da Cunha, o Janeiro Branco é lei em Manaus (AM) e outros municípios brasileiros. A expectativa é que a campanha se torne lei federal.

 

 Programação 

 16/1 – Terça-feira 

10h às 12h – Palestra com o psicólogo, professor e idealizador do Janeiro Branco, Leonardo Abrahão, no auditório do Centro de Saúde Irmã Benedita Zorzi. Evento destinado a profissionais da Secretaria da Saúde e Hospital Fátima.

19h às 20h – Palestra com Leonardo Abrahão, no Espaço Cultural São José. Aberto para a comunidade, com entrada gratuita.

 21/1 – Domingo 

15h – Ação Janeiro Branco, na Praça da Bandeira. As atividades integram mateada, blitz, distribuição de material informativo, abordagem de rua para psicoeducação da comunidade e exposição de cartazes, telas e faixas.

18h – Momento de reflexão coordenado pelo comunicador Jásser Panizzon.

 Outras atividades* 

– Decoração dos espaços internos das UBS’s e demais serviços de saúde, como Centro de Saúde, Caps e Hospital.

– Realização de rodas de conversa, caminhadas e oficinas nas UBSs.

– Entrega de folhetos informativos à comunidade.

– Abordagem do tema nas oficinas terapêuticas do Caps e da Atenção Básica.

– Rodas de conversa em empresas, com os funcionários, abordando o tema saúde mental, além de distribuição de material informativo.

– Parceria com os meios de comunicação/imprensa para divulgação da campanha.

– Em alusão à campanha, usuários do Caps pintaram telas, as quais são expostas no comércio local, espaços públicos e privados.

– Parceria com entidades como Movimento Cenáculo de Maria e Instituto Flávio Ferrarini para buscar engajamento à campanha.

* A serem realizadas durante todo o mês de janeiro.

 

Em julho de 2017 o psicólogo Leonardo Abrahão esteve na Câmara de Vereadores de Flores da Cunha para falar sobre a importância social da campanha. - Jaqueline Gambin/Câmara FC/Divulgação
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