Economia

Época de comprar (e pesquisar) o material escolar

Em Flores da Cunha, o custo das listas varia de R$ 100 a R$ 150

Um dia muito esperado pela pequena Kimberlly, de três anos de idade. Ela saiu em companhia dos pais Andréia Marcon e Rodrigo Pradella com destino a uma livraria no bairro Aparecida, em Flores da Cunha, para comprar o material escolar que vai acompanhá-la durante o ano na educação infantil. Ela escolheu alguns cadernos e itens, enquanto os pais definiram outros. Tudo de forma moderada para não gastar mais do que o planejado. “A lista de materiais da escola da Kimberlly tem itens que são básicos nesta fase de estudos e optamos por comprar junto com ela e também em um só lugar. Nos organizamos financeiramente para isso e acreditamos que é importante ela participar desde pequena desta tarefa”, acredita a autônoma Andréia.

A volta às aulas é sinônimo de gastos com mochila, cadernos, canetas coloridas e livros para quem tem filhos. Encantada com seu estojo novo, Kimberlly está incluída na maioria das crianças que fica entusiasmada com as compras de uma listinha extensa de material escolar que toda família recebe nesta época do ano, a qual também conta com o aumento no valor de alguns itens.

Em Flores da Cunha, de acordo com levantamento feito pelo Jornal O Florense, o item que está sendo vilão nesta volta às aulas é o caderno – em média 20% mais caro no comparativo com 2016. De acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o papel é um dos produtos cotados em moeda americana, além da tributação que incide sobre o artigo, que pode chegar a até 47% em alguns casos. No município, uma lista de material escolar para séries do ensino médio varia entre R$ 100 e R$ 150, contando com 45 itens entre cadernos, dicionários, artigos para escrita e papeis, entre outros; excluindo a mochila e o estojo – acessórios geralmente com valores mais altos.

Enquanto que as listas do ensino médio têm mais cadernos, no fundamental contam com mais opções em materiais alternativos, por isso as duas têm, no total, custos semelhantes. Os lojistas consultados não informaram percentuais gerais de aumento no material escolar – em Caxias do Sul, segundo levantamento do jornal Pioneiro, artigos escolares estão 15% mais caros neste ano em relação ao ano passado.

Consumo inteligente

Entre as características observadas pelos lojistas florenses nesta volta às aulas está o maior pedido por orçamentos, o que indica que os pais estão pesquisando mais. Esta é uma das estratégias indicadas pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) para a compra do material escolar. Para encontrar melhores preços é preciso pesquisar e comparar valores, tanto do item de uma marca específica em lojas diferentes quanto a diferença de um produto de diferentes marcas. O pagamento à vista também é um poder de negociação do consumidor.

Além disso, muitas famílias estão reaproveitando o material do último ano, especialmente mochilas e estojos, que são itens mais caros. Aqui entra outra estratégia prática: muitos pais aproveitaram as festas de Natal para comprar aquele presente útil para os filhos, como, por exemplo, a mochila, evitando um custo extra no orçamento familiar. Nessas compras o mais observado foi o consumo inteligente, onde os clientes buscaram pela qualidade, mesmo com um preço um pouco maior, mas pensando que a mochila pode durar mais do que um ano letivo, evitando o famoso ‘quando o barato sai caro’.

O SPC indica ainda que, em períodos em que as contas extras acumulam e alguns itens ficam mais caros, é importante que os pais antecipem as compras e calculem quanto podem gastar. Apesar da emoção e da influência dos filhos, vale encarar a compra de material escolar como qualquer outra. Por isso, calcule quanto pode gastar no mês com esses itens e, depois, fazer uma lista de prioridades, como fez a autônoma Andréia Marcon e o marido Rodrigo Pradella (página ao lado) no momento de comprar o material da filha Kimberlly. “É um gasto que, se levando em conta que dura o ano inteiro, não é tão alto. Então nós nos organizamos, aproveitamos alguns materiais que sobraram do ano passado, e fizemos a compra com tranquilidade, deixando ainda a Kimberlly escolher alguns itens”, complementa Andréia.

Apesar dos poucos três anos de idade, a pequena Kimberlly já tem preferências e cuidar com a interferência dos filhos é importante para garantir que a compra fique dentro do esperado em épocas de economia. Como grande parte das crianças faz questão de participar desse momento, é fundamental conversar com elas antes de sair de casa.

 

O que pode ser solicitado na lista?

O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) indica que as escolas só podem pedir das famílias os materiais utilizados nas atividades pedagógicas diárias do aluno (folha de papel, papel dobradura, tinta guache, lápis, caneta, borracha, etc.), em quantidade coerente com as atividades praticadas pela mesma, sem restrição de marca. Não podem ser inclusos na lista materiais de uso comum (produtos de higiene, limpeza, atividade de laboratório, etc.), bem como os utilizados na área administrativa. A lista de material escolar deve ser disponibilizada, ainda, para que o consumidor tenha a liberdade de pesquisar preços e marcas dos produtos solicitados. Desta forma, a escola não poderá exigir que os pais adquiram o material escolar em seu estabelecimento.

Fique atento nas compras com cartão de crédito, pois o pagamento de parcela única deve ser o mesmo preço de compras que são feitas à vista. Algumas lojas dão descontos para compras em grandes quantidades. Considere reunir um grupo de pais e discuta sobre a possibilidade de facilidades para compras coletivas com os estabelecimentos. Exija sempre a nota fiscal com a discriminação dos itens comprados, pois ela é a sua garantia de poder trocar algum produto, caso seja preciso.

A pequena Kimberlly acompanhou os pais Andréia Marcon e Rodrigo Pradella na compra da lista. - Camila Baggio/O Florense Em Flores da Cunha, segundo levantamento do Jornal O Florense, o item que mais teve aumento foi o caderno – em média 20% mais caro. - Camila Baggio/O Florense
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